segunda-feira, 28 de junho de 2010

Eles se olharam e...


há tanto tempo não se viam com tanta clareza.
Um segundo sem pensar nas brigas, nas diferenças e pronto, todos os muros se desfizeram.
Agora eles estavam ali se olhando como se finalmente pudessem enxergar a alma um do outro.
Ela lembrou Clarice Lispector, "somando as incompreensões é que se ama verdadeiramente", e finalmente entendeu... entendeu que ele podia ser um idiota que não se esforçava para tê-la e fazê-la feliz, mas o simples fato de ele existir já a fazia completa.
Ele... ah, ele não lia Clarice Lispector e nem dava bola pra essas baboseiras dramáticas e sentimentais que ela adorava. Ele não era bom com palavras e talvez nem com os sentimentos, mas ele também entendeu... entendeu que ela podia ser chata, ciumenta, carente, insegura, meio sufocante e ela definitivamente cobrava demais dele. Mas ele não podia viver longe dela. Aquele jeito de menina-mulher, assustada e assustadora o fascinava de uma meneira inexplicável. Ele já não podia resistir! Ela não sabia se o amava, mas tinha certeza de que precisava dele como precisava de oxigênio. Ele não sabia o que de fato era amar outra pessoa, nem sabia o que sentia por ela realmente. Ela era tão irritante e tão incrível e a única certeza que ele tinha era que precisava tê-la por perto. E assim eles seguiram, entre brigas e carinhos. Sem compreender direito um ao outro. Sem saber o que sentiam ou onde aquela história os levaria. A única certeza era que precisavam estar juntos, do resto a vida cuidaria e um dia tudo ficaria bem!

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